terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O que Avatar tem a ver com Copenhague?


No mês de dezembro foi lançado mais um grande épico do cinema mundial, o filme Avatar. O cenário principal do filme é a lua Pandora, onde moram os nativos Na’vi. O local é uma floresta exuberante e hostil. O ar é venenoso para os humanos. Plantas e criaturas são ao mesmo tempo magníficas e perigosas. Os nativos são humanóides azuis, com mais de três metros de altura e com uma ligação orgânica com o ambiente em que vivem.

Em Pandora, existe um metal muito valioso, que irá mudar os rumos da produção energética na terra. Acontece que a grande mina desse metal fica debaixo da árvore sagrada dos Na’vi. Então os colonizadores humanos e os nativos humanóides, os Na'vi, entram em guerra pelos recursos da lua e a continuação da existência da espécie nativa.

O título do filme refere-se aos corpos humano-Na'vo geneticamente modificados e remotamente controlados usados pelos personagens humanos do filme para interagir com os nativos. Os humanos desenvolveram um projeto científico para tentar se comunicar com os humanóides e fazer com que eles trocassem o seu habitat por alguma outra coisa. Esse projeto pretendia descobrir o que era mais valioso para os Na’vi, que compensasse a troca do seu ambiente.

Mas o que isso tudo teria a ver com Copenhague? Nesse mesmo mês de dezembro aconteceu na cidade dinamarquesa, a Conferência das Nações Unidas para a Mudança no Clima. O evento juntou representantes de 192 países para definir novas metas de emissão de gases poluentes que estão aumentando o clima na terra. O uso dos recursos do planeta de forma indiscriminada apresenta um efeito colateral que importa a todos e depende de cada um para ser evitado. Ao final do encontro resultou apenas a uma carta de intenções para todos os países e nenhum resultado mais concreto foi alcançado.

Assim como os humanos estavam interessados no retorno financeiro que a exploração do metal da lua Pandora poderia trazer; assim também muitos países que não quiseram assinar os tratados para reduzir a emissão de gases estavam interessados no dinheiro que perderiam com a desaceleração do crescimento econômico.

Do mesmo modo que houve choque entre os valores culturais entre os humanos e os Na’vi no filme Avatar; houve diferenças nas visões de mundos dos países ricos e pobres na Conferência de Copenhague.

Igualmente as falhas na comunicação e diplomacia entre os humanos e humanóides, que produziram o conflito em Pandora; houve os mesmos problemas entre as partes discordantes do evento na Dinamarca.

Personagens diferentes, cenas diferentes, contanto com o mesmo enredo e com a mesma falta de bom senso. Talvez quando todas as florestas acabarem, todos os rios secarem e o que era verde se tornar cinza, o homem descubra que não pode comer dinheiro.

4 comentários:

  1. Éh verdade!!!
    Bjs... Sórency

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  2. Nossa, que crítica mordaz, hein?! Desestruturaria até o Obama!!
    Embora eu não iria assim tão longe para vislumbrar o castigo da natureza sobre as nossas cabeças!! Em BH, por exemplo, a expectativa da temperatura média para esse verão está 3 graus acima da registrada em 2008, a qual já estava 2 graus acima tb. Este ano já presenciei um amontoado de 4 carros na porta de casa, empilhados pela força da chuva, vi a lendária chuva que corre deitada, tamanha era a força do vento, sem falar na metade da frota de carros amassados pelos granizos, que só semana passada já cairam 3 vezes!! Não esquecendo das enchentes, que esse ano sequer esperaram a chegada do verão!! Tenho preguiça de ir à padaria qdo lembro do sol, imagina os lavradores, os garis... Acho que nós é que vamos secar, acabar e virar cinzas!! Como já diria a marchinha: Ai, que calooooorr, ôh, ôh, ôh... rsrs

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  3. Que interessante este comentário, gostei muito do filme, e tem com certeza tudo a ver com a tal reunião.
    Pena que os governantes só conseguem pensar em dinheiro,desenvolvimento e superação.
    Quando nós pensarmos mais em Deus com temor no coração e respeito ao que Ele criou, vamos ver que cuidar da natureza é valorizar o criador e a suas criaturas.
    Só falta duas coisas para isso:
    Amar a Deus sobre todas as coisas e
    ao próximo como a ti mesmo.
    Paulo

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  4. Valeu Paulo.

    Temos que ter mais líderes que questionem o desenvolvimento desenfreado. Temos que para com essa sina de 6% e 7% de crescimento ao ano. Temos é que distribuir mais a renda e fazer com que o trabalhador ganhe mais pelo seu trabalho.

    Deus te abençoe sempre

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