sábado, 19 de dezembro de 2009

Amor

Eliéser Ribeiro

Como regra geral, todos temos a necessidade de estar ligadas à algo externo e superior a nós mesmos. O imperativo do vínculo com o transcendente faz com que alimentemos sentimentos, desenvolvamos esperanças, façamos planos, escrevamos poesias, mantenhamos amizades etc. Isso acontece, pelo menos por dois motivos: a) para dar sentido a vida além das condições materiais e objetivas que vivemos, para que essa seja maior do que a nossa realidade nua e crua; e b) como uma maneira de nos eternizar, para escrever a nossa história nessa vida.

Falo com toda segurança que um dos principais elementos externos a nós mesmos é o amor. No entanto, o que é o amor? Muitos poetas, cantores, filósofos, gente comum o tentaram definir. Muitos dirão que se aprende o que é apenas o praticando, outros dirão que não há quem explique e ninguém que não o entenda, outros dirão que é impossível defini-lo. Mas o amor é a virtude primeira, é o ponto de partida, é o começo da vida, a razão do ser, é o que faz acontecer; é o meio de transformar o sentimento em realidade, é o mecanismo do significado, é o sistema de lógica mais simples e ao mesmo tempo complexo.

Amam-se os amantes, amam-se os amigos, amam-se os pais, amam-se os filhos.Para amar é preciso relacionar, é preciso conviver, é preciso trocar, é preciso dar, é preciso receber. Mas o que objetivamente é o amor? A experiência humana conseguiu elaborar três respostas, ou identificar três formas de sua manifestação. Definições que não se opõem, tanto quanto se completam.

Eros

A primeira definição de amor se apresenta e se manifesta como Eros. Nessa manifestação o amor não seria outra coisa que não a falta, a necessidade, o desejo; aquilo que não possuímos, aquilo que está fora de nós, aquilo que queremos ardentemente.

Quem está mais próximo desse amor são os amantes, os apaixonados, os arrebatados que se entregam com a esperança de receber, de ter de volta, de ganhar, de completar aquilo que lhe falta. Esse amor é temporário, loucura, paixão, ilusão, saudade, necessidade, sofrimento, dor.

Esse amor é mais amor de si, do que amor ao outro; é o amor que constrói as ilusões e fantasias de si e do outro, que arrasta tudo como um rio e leva para o mesmo lugar; que quer muito mais receber do que dar, que quer muito mais ter do que ser.

Mas, então, esse amor seria muito egoísta, muito individual, muito catártico. E à medida que possuísse o outro, se acalmaria e se esfriaria até se apagar, pois já se tem o que quer, já possui o objeto de desejo. Ele nasce para morrer, renasce e depois “remorre” e cada vez que faz isso, o faz com menos violência, com menos força, com menos paixão. E como manter o amor?

4 comentários:

  1. Impressionante!! Como um ser humano pode escrever sobre o amor de uma forma tão imparcial assim, minha gente!! Não há pistas mínimas de um coração romântico a pulsar!! kkk... Pois eu, na minha mais intensa parcialidade, gostaria de ressaltar o trecho mais marcante do post: "... não há quem explique e ninguém que não entenda..."
    Baseando-se em fatos reais, creio que a única forma de manter o amor seja alimentando-o, caso contrário, opsss.. morreu!!

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  2. Eu pergunto: Há restrições para amar? Um homem pode amar outro homem? Uma mulher pode amar outra mulher? Se o amor é tão forte, tão intenso e tão importante, porque as pessoas insistem em limitá-lo, em dizer que o homem só pode amar a mulher e vice-versa? O amor é de todos, não há limites quando se trata de amor!

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  3. Primeiramente obrigado por ter lido o texto e segundo obrigado pelas perguntas que me fazem refletir e esclarecer algumas coisas.

    Diante da pergunta: há restrições para amar? Eu diria que sim. Todas as coisas no mundo têm os seus limites. A vida em sociedade só é possível por causa dos seus limites e normas estabelecidas. Imagine se todos os carros andassem pela mesma mão de direção independente se eles estão indo ou voltando? O amor trás liberdade e liberdade só existe diante daquilo que já está estabelecido como regra. Dentro da lei podemos fazer todas as coisas, não é verdade? Mas sem lei, todos poderiam tudo, e quando todos podem tudo, existirá forte restrição de liberdades, pois os seus limites não estarão bem estabelecidos.

    Em outro sentido, eu diria que o amor é algo natural no ser humano e a natureza tem os próprios limites e liberdades. Uma relação homo, no meu entender, não seria natural, pq fisiologicamente os dois corpos não estão preparados para tal tipo de relação. Em adição, a relação hétero foi planejada por Deus para que a humanidade, além de ter prazer com o outro, se reinventasse, se reproduzisse, se perpetuasse. Se a liberdade de uma relação homo fosse liberada a todos e estabelecida como lei, a própria humanidade estaria comprometida, enquanto projeto.

    Portanto, eu diria que uma relação homo não seria natural e no limite não seria o amor do que eu falo no meu texto. Seria alguma outra invenção humana, que por enquanto eu não tenho denominação.

    No amor, então, não vale tudo. Deus estabeleceu até aí algumas regrinhas para que ele possa ser bem desenvolvido.

    O meu entendimento sobre o amor é fundamentado na Bíblia, que contem todas as minhas condições para viver uma vida plena na terra. E a bíblia deixa bem claro a sua posição sobre a homossexualidade e as maneiras de dominá-la.

    Vejamos, em Romanos 1:26-27 diz assim: “Pelo que Deus os entregou a paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à natureza; semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homem com homem, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida recompensa do seu erro.” Seria então a homossexualidade um pecado? A Bíblia diz em Levítico 18:22 “Não te deitarás com homem, como se fosse mulher; isso é abominação.” Poderia, então, uma pessoa que pratica a homossexualidade ir para o céu? A Bíblia diz em 1 Coríntios 6:9 “Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas herdarão o céu.”

    Como todos os pecadores (isso eu falo indistintamente), aqueles que praticam a homossexualidade devem se arrepender. Devemos, portanto, abandonar qualquer ação de pecado e necessitamos do perdão de Deus. De acordo com que fala 1 Coríntios 6:11 da necessidade da justificação em Cristo para a nossa salvação “E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.”

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  4. De outro modo, eu afirmo que haveria esperança para aquele que pratica a homossexualidade. As fortes tentações que sobrevém a alguém que quer se relacionar de forma homo, pode ser contida. Em 1 Coríntios 10:13 “Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar.”

    Se alguém está praticando a homossexualidade, que deve fazer? Primeiro, reconhecer o pecado. A Bíblia diz em Salmos 51:2-4 “Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.”

    Segundo, pedir que o pecado seja perdoado. Deus diz que podemos começar uma vida nova. A Bíblia diz em Salmos 51:7-12 “Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que se regozijem os ossos que esmagaste. Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável. Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.”

    Terceiro, acreditar que Deus perdoa realmente e parar de se sentir culpado. A Bíblia diz em Salmos 32:1-6 “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui à iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo. Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Pelo que todo aquele é piedoso ore a ti, a tempo de te poder achar; no trasbordar de muitas águas, estas e ele não chegarão.”

    O amor não é de todos, assim como a vida humana não pertence a cada um. A nossa vida pertence à sociedade em primeiro lugar, por isso não temos o direito nem de suicidar e no limite a vida pertence a Deus, que estabeleceu a bíblia como nossa regra de fé e prática. Temos compromissos e deveres a cumprir diante de nós mesmos, diante da humanidade e diante de Deus.

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