quinta-feira, 26 de maio de 2011

PARABÉNS A UM GRANDE AMIGO

Hoje por uma grata coincidência eu estava mexendo num CD jogando no canto do meu guarda-roupa e achei esse vídeo.
E com ele gostaria de homenagear o meu querido amigo André pelo seu aniversário.
Espero que o Eterno te dê muitos anos de alegria e graça para que vc ande sempre nos caminhos do Senhor.
Aprendi com você coisas muito especiais, como ver a vida sempre pelo lado bom, olhar a beleza das pessoas e não os defeitos.
Sua amizade aumenta a minha fé e a minha esperança em Cristo.
Amigo, você é especial para mim.

Parabéns e saudades




Dei pala de rir com o vídeo.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Canção óbvia


Escolhi a sombra desta árvore para repousar do muito que farei,

enquanto esperarei por ti.

Quem espera na pura espera vive um tempo de espera vã.

Por isto, enquanto te espero trabalharei os campos e conversarei com os homens

Suarei meu corpo, que o sol queimará;minhas mãos ficarão calejadas; meus pés aprenderão o mistério dos caminhos;meus ouvidos ouvirão mais,meus olhos verão o que antes não viam,enquanto esperarei por ti.

Não te esperarei na pura espera porque o meu tempo de espera é um tempo de que fazer.

Desconfiarei daqueles que virão dizer-me,:em voz baixa e precavidos:

É perigoso agir

É perigoso falar

É perigoso andar

É perigoso, esperar,

na forma em que esperas,

porquê êsses recusam a alegria de tua chegada.

Desconfiarei também daqueles que virão dizer-me,com palavras fáceis, que já chegaste,

porque êsses, ao anunciar-te ingênuamente ,antes te denunciam.

Estarei preparando a tua chegada como o jardineiro prepara o jardim para a rosa que se abrirá na primavera.


Paulo Freire: (Recife, 19 de setembro de 1921São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.


Inspiração do blog da minha amiga, Aline Zeeberg: http://confissoesdepsicologa.wordpress.com/


Dinheiro, tecnologia e decadência.

Quando a tecnologia e o dinheiro tiverem conquistado o mundo; quando qualquer acontecimento em qualquer lugar e a qualquer tempo se tiver tornado acessível com rapidez; quando se puder assistir em tempo real a um atentado no ocidente e a um concerto sinfônico no oriente; quando tempo significar apenas rapidez online; quando o tempo, como história, houver desaparecido da existência de todos os povos, quando um esportista ou artista de mercado valer como grande homem de um povo; quando as cifras em milhões significarem triunfo, - então, justamente então – reviverão como fantasma as perguntas: para quê? Para onde? E agora? A decadência dos povos já terá ido tão longe, que quase não terão mais força de espírito para ver e avaliar a decadência simplesmente como... Decadência. Essa constatação nada tem a ver com pessimismo cultural, nem tampouco, com otimismo... O obscurecimento do mundo, a destruição da terra, a massificação do homem, a suspeita odiosa contra tudo que é criador e livre, já atingiu tais dimensões, que categorias tão pueris, como pessimismo e otimismo, já haverão de ter se tornado ridículas.

Autor: Martin Heidegger



Extraído de Provocações TV Cultura: http://www.tvcultura.com.br/provocacoes/poemas?search=Quando+a+tecnologia+e+o+dinheiro...&by=title

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Radiografia do Brasil no Censo 2010 - parte II


O Brasil tem 190.755.799 habitantes. É o que constata a Sinopse do Censo Demográfico 2010, que contém os primeiros resultados definitivos do XII Recenseamento Geral do Brasil, divulgada nesta sexta-feira (29/4) pelo IBGE. Os dados mostram ainda que o país segue a tendência de envelhecimento, que para cada grupo de 100 mulheres há 96 homens e que há mais pessoas se declarando pretas e pardas.

Segundo o Censo 2010, atualmente, 24,1% da população brasileira é menor de 14 anos; em 1991, essa faixa etária representava 34,7% da população. Outro fenômeno verificado é o aumento contínuo da representatividade de idosos: 7,4% da população têm mais de 65 anos, contra 4,8% em 1991.

Já a taxa média anual de crescimento baixou de 1,64%, em 2000, para 1,17%, em 2010. Mesmo assim a população brasileira aumentou quase vinte vezes desde o primeiro recenseamento realizado no Brasil, em 1872, quando foram contados 9.930.478 habitantes. Outro dado aponta que as maiores taxas médias de crescimento anual de população foram observadas nas regiões Norte (2,09%) e Centro-Oeste (1,91%), seguidas das pelas regiões Nordeste (1,07%), Sudeste (1,05%) e Sul (0,87%).

De acordo com o IBGE, a média de moradores por domicílio caiu para 3,3; em 2000, a relação entre as pessoas moradoras nos domicílios particulares ocupados e o número de domicílios particulares ocupados era de 3,8. Esse comportamento persistiu tanto na área urbana quanto na área rural, diz o Instituto.

Distribuição por sexo – O levantamento aponta que há 96 homens para cada 100 mulheres no país, resultado em um excedente de 3.941.819 mulheres. Entretanto, nascem mais homens no Brasil: a cada 205 nascimentos, 105 são de homens. A diferença ocorre, segundo o IBGE, porque a taxa de mortalidade masculina é superior. Na relação por situação de domicílio, os homens são maioria no meio rural: 15.696.816 homens para 14.133.191 mulheres. Já no meio urbano, as mulheres seguem à frente, como na média nacional: são 83.215.618 para 77.710.174 homens.

Negros e pardos – Os dados trazem ainda a informação de que há mais pessoas se declarando pretas e pardas. Este grupo subiu para 43,1% e 7,6%, respectivamente, na década de 2000, enquanto, no censo anterior, era 38,4% e 6,2% do total da população brasileira. Já a população branca representava, em 2010, 47,7% do total; a população amarela (oriental) 1,1% e, a indígena, 0,4%.

Analfabetismo caiu – O Instituto aponta que houve melhora no índice de analfabetismo: hoje 9% da população brasileira não é alfabetizada; em 2000 eram 12,9%. Em números absolutos, 14,6 milhões de pessoas não sabem ler nem escrever, de um universo de 162 milhões de pessoas com mais de 10 anos.

Nos próximos meses, o IBGE divulgará novos dados do Censo de 2010 sobre a estrutura territorial do País, a malha dos setores censitários e novas informações sociais, econômicas, demográficas e domiciliares referentes aos dados do universo, conforme pode ser conferido no calendário de divulgações.

Retirado do Blog do Planalto: http://blog.planalto.gov.br/censo-2010-populacao-brasileira-esta-mais-velha-e-chega-a-190-755-799/

terça-feira, 17 de maio de 2011

Radiografia do Brasil no Censo 2010

Retirado do blog do Planalto.

No programa “Brasil em Pauta” desta terça-feira (17/5), o diretor-presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, avaliou que uma das grandes informações positivas levantadas pelo Censo 2010 é que o processo de expansão demográfica do Brasil já não está mais concentrado nas grandes cidades brasileiras – como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre – mas se estendendo por uma quantidade importante de cidades de médio porte em todo o país, o que traz mais oportunidades de emprego para a sociedade. Um exemplo disso é a cidade de Rio das Ostras, que do ano 2000 para o ano de 2010 triplicou sua população, e foi o município que mais cresceu em todo o país.

Por outro lado, Pereira Nunes avalia como negativo o fato de o Brasil ainda ter cerca de 16 milhões de pessoas que vivem em uma faixa de renda considerada de extrema pobreza. O diretor-presidente do IBGE afirmou que o primeiro passo em relação à população brasileira considerada de extrema pobreza foi exatamente a identificação de cidadãos nessas condições de vida. Segundo ele, as informações coletadas pelo IBGE foram repassadas ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que está avaliando os dados e elaborando um programa voltado para esse grupo.

Mas o diretor-presidente do IBGE revela que embora se esteja falando de 16 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, essa pobreza não é homogênea no Brasil, pois em cada lugar ela tem características diferentes: no Maranhão é de uma natureza, na periferia de São Paulo é de outra, em Brasília é de outra natureza. E o que o governo federal está fazendo – não o IBGE, ressalta – é analisar as características socioeconômicas de cada um dos grandes grupos (analfabetos, idosos, sem acesso à saneamento etc) para estabelecer políticas públicas específicas.

Uma outra questão revelada pelo Censo, ao longo dos anos, é o processo cada vez maior de autoreconhecimento do brasileiro em relação à sua cor. Segundo Pereira Nunes, se compararmos o Censo de 2000 com o censo de 2010, houve um aumento da proporção da população que se declarou negra, assim como da que se declarou como indígena. Para se ter ideia, 1,2 milhão não declarou a sua própria cor no Censo de 2000. Esse número caiu para apenas 60 mil pessoas em 2010.

“Isso não quer dizer que a população desse grupo esteja crescendo mais que os demais, não. É simplesmente porque está havendo cada vez mais um autoreconhecimento de cada agrupamento específico (…) ou seja, cada qual se reconhecendo cada vez mais como um cidadão na própria sociedade.”

A questão da idade do brasileiro também é um fator, de acordo com o diretor-presidente do IBGE, que daqui para a frente também passará a fazer parte da agenda de todas as discussões de planejamento da sociedade brasileira para o futuro. A população brasileira está, proporcionalmente, apresentando um número maior de pessoas com mais idade, explicou.

“Só para se ter uma ideia, encontramos no Censo de 2010 cerca de 24 mil pessoas com mais de cem anos de idade.”

Na avaliação dele, a população está envelhecendo por dois motivos que são concomitantes: o cidadão está vivendo cada vez mais, a expectativa de vida está aumentando, e a taxa de fecundidade (dada pelo número médio de filhos que a mulher brasileira tem) está caindo, ou seja, estão nascendo menos crianças.

Pelos dados do IBGE, em 2000 o Brasil tinha 50 milhões de crianças de zero a 14 anos de idade; já em 2010 esse número caiu para 45 milhões. Ou seja, uma queda absoluta de 5 milhões em um país que aumentou – em termos absolutos – em 21 milhões de brasileiros: “Éramos 169 milhões em 2000, e somos 190 milhões em 2010″, esclarece Pereira Nunes. Nesse sentido, deverá haver uma mudança significativa no planejamento da sociedade, explica ele.

“Se eu olho para as próximas décadas eu vejo uma sociedade onde cada vez mais a atenção ao idoso, à saúde, a Previdência Social, o mercado de trabalho, tudo isso terá que levar em consideração uma sociedade envelhecida.”

Os dados apurados pelo IBGE sobre analfabetismo (número de pessoas com mais de 15 anos que declaram não saber ler ou escrever) identificaram um índice de 9,6% em 2010. Segundo Nunes, se hoje a taxa de analfabetismo é de 9,6%, cinquenta, quarenta anos atrás essa taxa era de 50% da população. O que aconteceu, explica o diretor do IBGE, é que essas pessoas de antigamente ingressaram no mercado de trabalho, constituíram família, envelheceram, e ainda hoje são os mesmos que compõem o contingente muito grande de analfabetos, ou seja, os que no passado eram jovens e analfabetos, são hoje os idosos e analfabetos.

Então, a taxa de analfabetismo de idosos no Brasil chega a 26% da população, de cada quatro pessoas com mais de 65 anos de idade, quase uma delas é analfabeta, explica Nunes. Já o analfabetismo da população em idade jovem, até 19 anos, por exemplo, é de 2%, o que significa que para o jovem e para a criança de hoje o acesso à escola está universalizado, e o desafio é outro.

“O desafio que o Brasil tem daqui para a frente não é abrir portas para colocar crianças na escola. As portas já existem. O que precisa é fechar as portas para impedir a evasão escolar e garantir um bom ensino para cada criança brasileira.”

De acordo com Pereira Nunes, o Censo 2010 – do ponto de vista do trabalho de campo, da contagem da população, e do tratamento dos dados – já está concluído. O documento pode ser baixado pela internet no endereço www.ibge.gov.br . A partir de agora, cada um dos temas será aprofundado, com análise do perfil da população, da família e de outros fatores. O diretor-presidente do IBGE informou também que daqui para a frente o Instituto fará uma série de publicações, e chamou a atenção para uma que, especificamente, será muito importante para o planejamento urbano das grandes cidades brasileiras: a que vai identificar, em cada bairro do município, as condições de habitação do cidadão. Pereira Nunes explicou que além de fazer perguntas sobre o cidadão e seu domicílio, o IBGE também estuda o entorno da localidade onde o cidadão habita, para saber se tem iluminação publica, saneamento básico, calçamento, arborização, e acessos para a mobilidade de pessoas portadoras de deficiência.

Na avaliação dele, “trata-se de uma série de informações que servem para o planejamento urbano, e para que o governo local possa tomar medidas para melhorar as condições de vida da população.”

Essas informações serão divulgadas pelo IBGE dentro de algumas semanas. Mas antes de divulgar, o Instituto vai discutir com os gestores de cerca de 375 prefeituras onde foram encontradas situações de habitação não adequadas (que são chamadas de aglomerados subnormais), para que eles conheçam a leitura feita pelo IBGE. “Mas isso não significa dizer que se a prefeitura discordar da leitura do IBGE, o IBGE vai mudar, não”, explicou.

“Se a prefeitura discordar e provar que o dado do IBGE não é como a gente está lendo, a gente vai rever. Não necessariamente a revisão implicará em refazer o trabalho que foi feito.”

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mudando o paradigma

Muito me interessa a questão de como nós formamos nossas opiniões e o que motiva nossas atitudes. Uma resposta pertinente é o desenvolvimento dos nossos PARADIGMAS. Paradigmas são padrões psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar na vida. Nossos paradigmas podem ser valiosos e até salvar vidas quando usados adequadamente. Mas podem se tornar perigosos se desenvolvermos paradigmas errados, ou destorcidos da realidade.

É importante lembrarmos que o mundo exterior entra em nossa consciência através dos filtros de nossos paradigmas. Os paradigmas funcionam como filtros para nossa realidade, aquilo que consideramos importante, bonito, atraente é filtrado por nossos paradigmas. E nossos paradigmas nem sempre são corretos. Não vemos o mundo como ele é, mas como nós somos. O mundo parece muito diferente dependendo de nossa perspectiva.

Gostaria de levar vocês a pensar outra coisa agora. Muitos dizem que todos são filhos de Deus, mas isso não é verdade. Permitam-me usar uma analogia de CS Lewis. Existe uma grande diferença entre “gerar” e “criar” algo. Na geração, o que foi gerado é da mesma espécie que o gerador. Mas quando criamos algo, esse algo é de uma espécie diferente.

Desse modo, entendemos que Deus nos criou, portanto somos criaturas dele. E só nos tornamos filhos, ou seja, gerados, quando com o coração cremos e com a boca confessamos que Jesus morreu pelos nossos pecados para nos salvar. E ao sermos gerados nos tornamos assim como Deus. Homens geram outros homens, Deus gera algo semelhante a Ele.

Em sua condição natural, não possui a vida espiritual – um tipo diferente e superior de vida que só Deus é capaz de gerar. Usamos a mesma palavra vida para designar tanto a vida natural, quanto essa vida espiritual da qual eu estou falando. CS Lewis mostra que a vida natural e espiritual é tão importante que ele dá outro nome, respectivamente, “bíos” e “zoé”.

A vida biológica, que vem da natureza e que (como tudo o mais no mundo natural) tende a se corromper e a decair - de modo que só pode se conservar através de contínuos subsídios dados pela natureza na forma de ar, água, alimentos etc. - é “bíos”. A vida espiritual, que é em Deus desde toda a eternidade e que criou o universo natural inteiro, é “zoé”. É certo que “bíos” tem certa semelhança parcial ou simbólica com “zoé”: mas é apenas a semelhança que existe entre uma fotografia e um lugar, ou entre uma estátua e um homem. O homem que tinha “bíos” e passa a ter “zoé” sofre uma mudança tão grande quanto a de uma estátua que deixasse de ser pedra entalhada e se transformasse num homem real. E é exatamente disso que trata o cristianismo. Este mundo é como o ateliê de um grande escultor. Nós somos as estátuas, e corre por aí o boato de que alguns de nós, um dia, ganharão a vida (LEWIS, 2005, pág. 55).

Agora estamos prontos a retornar ao nosso assunto inicial, quando somos gerados novamente, recebemos uma nova vida espiritual e essa nova vida muda completamente os nossos paradigmas, ou como vemos o mundo. Dessa forma, o mundo visto por nós agora passar ser outro, passamos a ter mais compreensão das coisas espirituais e não apenas materiais. Preocupamos-nos mais com as coisas eternas e não efêmeras. Importamos-nos mais em ser, do que ter. Colocamos os nossos tesouros em coisas duradouras e envolvemo-nos menos com coisas banais.

Portanto, aceitar a Jesus Cristo como salvador é mudar o paradigma, é trocar o filtro, é ser gerado de novo, é receber uma nova vida, é passar de “bíos” para “zoé”. É conseguir compreender com plenitude o versículo de II Coríntios 5:17 - "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo."

Por Eliéser Ribeiro

Escrito para o blog cristão Territóri 7: http://territorio7.com.br/blog/

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Acertando as contas com o passado

Quem já ouviu alguém dizendo uma expressão saudosista assim: “no meu tempo que era bom”? Ou então: “Quem me dera eu pudesse voltar no tempo”? Tais expressões significam que existe algo que ficou no passado que alguém gostaria que voltasse. No entanto, essa expressão também significa que a pessoa não consegue se realizar no presente e provavelmente não conseguirá ser feliz no futuro.

A bíblia nos orienta sobre isso. Em Eclesiastes 7:10 lemos o seguinte, “Jamais digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Pois não é sábio perguntar assim.”

As lembranças servem para trazer a memórias pequenas coisas que nos trazem esperança. Quem não se lembra daquele amigo(a) de infância, ou então daquela turma de escola tão especial, ou então dos sinceros mimos da casa da vovó?

Contudo, muitas pessoas sendo ainda jovens não conseguem se desprender de determinadas lembranças da infância e/ou da adolescência e construir uma vida alegre e boa no presente. Tais pessoas são frustradas com o curso da faculdade que escolheram, são decepcionadas com o trabalho que realizam, não se sentem realizados pelo conjunto de amigos que mantém.

Algumas pessoas mantiveram alegre e doce relacionamento afetivo com alguém na adolescência, mas esse relacionamento acabou há anos. E aquilo que parecia sólido e duradouro se quebrou, e os cacos não foram juntados e derretidos para o feitio de um novo vaso de barro até hoje.

Considero muito importante termos boas lembranças, pois elas nos fazem mais humanos, ligados mais a sentimentos do que a razões. Mas nossas lembranças só serão saudáveis se funcionarem como o passado colorindo o nosso presente. Mas se for o passado desbotando as nossas experiências atuais, elas servirão de lamento e angústia.

Portanto, devemos seguir em frente sem perder a esperança e a coragem, como orienta a bela música do U2 Walk on (vídeo acima).

E se a escuridão for nos separar
E se a luz do dia parece estar muito longe
E se seu coração de vidro se partir
E por um segundo você quiser voltar atrás
Oh, não, seja forte

Continue em frente, continue em frente
O que você conquistou, eles não podem te roubar
Não, eles não podem nem sentir isso
Continue em frente, continue em frente
Mantenha-se seguro esta noite.

“A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas só pode ser vivida olhando-se para frente.” Søren Kierkegaard




Por Eliéser Ribeiro

Para o Território 7: http://territorio7.com.br/blog/acertando-as-contas-com-o-passado/#more-2981

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Edward Hopper: o pintor da solidão reparadora

Ontem eu conheci um pintor sensacional e gostaria de apresentá-lo aqui. Ele é Edward Hopper (Nyack, 22 de julho de 1882 — 15 de maio de 1967) foi um pintor norte-americano mais lembrado por suas misteriosas representações realistas da solidão na contemporaneidade. Em ambos os cenários urbanos e rurais, as suas representações de reposição fielmente recriadas reflete a sua visão pessoal da vida moderna americana.



Toda a sua obra é marcada por expressar uma solidão manifesta, mas que está longe de ser triste. Ao ver os seus quadros tive a impressão que a solidão retratada não expõe a tristeza e sim a melancolia, que nem sempre é negativa.

Nos quadros de Edward Hopper há uma verdade suspensa, atemporal, como que congelada por um elemento que permeia delicadamente toda a sua obra: a impossibilidade da comunicação humana, a certeza de que somos essencialmente solitários. Só um mestre tira tanto da ponta de um pincel.

Por ser ele um artista novaiorquino, e suas obras transmitirem muito o espírito urbano, acredito que ele retrata muito bem o sentimento que eu compartilho também sobre a cidade grande, de que é o lugar da impessoalidade, do anonimato, e da busca constante por uma identidade.

Apesar de muitos não gostarem da solidão, como eu também não gosto, mas ela pelo menos ela é retratada nos quadros de Hopper como um sentimento reparador, sólido, meio aconchegante de que a qualquer momento alguém vai aparecer para quebrar esse clima.

Por Eliéser Ribeiro

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Por que existe o sofrimento?

Por CS Lewis

Minha própria experiência é mais ou menos a seguinte. Estou progredindo ao longo da estrada da vida em minha condição usual, satisfeita e decaída, absorvido num encontro agradável com amigos marcado para amanhã ou um pouco de trabalho que estimula minha vaidade hoje, um feriado ou um livro novo, quando de repente uma pontada no abdome que pode indicar doença séria, ou uma notícia nos jornais ameaçando o mundo de destruição, faz ruir o meu castelo de cartas. Sinto-me a princípio vencido, com todas as minhas pequenas alegrias desfeitas como brinquedos destroçados. A seguir, devagar e com relutância, pedaço a pedaço, tento enquadrar-me no estado de espírito em que deveria sempre estar.

Chamo minha atenção para o fato de que todos esses brinquedos não tinham o propósito de apossar-se do meu coração, que meu bem real está num outro mundo e que meu único e verdadeiro tesouro é Cristo. E, talvez, pela graça de Deus, venha a ter êxito, e durante um dia ou dois me torno uma criatura que depende conscientemente de Deus e que extrai a sua força das fontes certas. Mas no momento em que a ameaça desaparece, toda a minha natureza salta de volta aos brinquedos: fico até ansioso, que Deus me perdoe, para banir de minha mente a única coisa que me sustentou sob a ameaça, porque ela está agora associada à miséria daqueles poucos dias.

Fica então muito clara a terrível necessidade da tribulação. Deus me teve apenas por quarenta e oito horas e mesmo assim à força de ameaças, de tirar de mim tudo o mais. No momento em que Ele embainha a espada, me comporto como um cachorrinho quando o odiado banho acaba – sacudo-me o melhor que posso e corro a recuperar minha confortável sujeira, se não for no monturo mais próximo, pelo me nos no primeiro canteiro de flores. É por isso que as tribulações não podem cessar até que Deus nos veja transformados ou julgue que nossa transformação é agora impossível.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A diferença entre o Barcelona e o Real Madrid


Sem sobra de dúvida Barcelona e Real Madrid estão entre os melhores times do mundo. Os seus seguidos confrontos fizeram o mundo parar para assistir. Apesar de ter perdido a Copa do Rei, o Barcelona se impôs como melhor time do que o Real Madrid, sendo virtualmente o campeão espanhol e chegando a final da “Libertadores da Europa”. O time do Real conta com estrelas como Cristiano Ronaldo, Káká, Dí Maria, Cassillas entre outros, enquanto o Barça conta com Messi, Villa, Iniesta e etc. Mas o que faz o Barcelona ser o melhor time, uma vez que as duas equipes são compostas de grandes craques? Será apenas a soma dos talentos individuais que fazem com que a equipe catalã seja superior?

Vou indicar pelo menos uma resposta para essas perguntas. O Barcelona conseguiu estabelecer um time com um estilo de jogo, enquanto o Real Madrid é uma equipe formada por excelentes jogadores.

Existe uma grande diferença entre time e equipe, enquanto o primeiro é fundamentado em um conjunto de indivíduos, que associados buscam uma ação comum, com determinado fim, o segundo é um agregado de indivíduos que se juntam para o desenvolvimento de um trabalho.

O time do Barcelona basicamente é composto por jogadores que vem das categorias de base e que são socializados num estilo de jogar futebol e à medida que se precisa de um jogador de uma posição vai para o mercado para comprá-lo. Enquanto a equipe do Real Madrid vai se formando pela aquisição de jogadores com salários astronômicos que se formam por aí no mundo da bola.

Na formação do seu time o Barcelona desenvolve um estilo de jogo que valoriza a posse de bola, a troca de passes e a precisão desses passes. As suas linhas de jogadores avançam juntas à medida que o time sobe ao ataque, sempre sobrando um homem livre para receber a bola. Essa forma de jogar foi internalizada por um longo processo de aprendizagem que levou algum tempo para se cristalizar.

Dessa forma, o time do Barcelona consegue desenvolver certos elementos socioculturais importantes desse esporte magnífico, que é o futebol, integrando um estilo de jogar na estrutura de personalidade de seus jogadores sob a influência de experiências e agentes sociais significativos, como é o caso do seu principal jogador Messi. Por isso, o que se vê são jogadores formando um conjunto integrado e não apenas talentos individuais somados.


Essa diferença de uma equipe e um time é expressa nos números do jogo e no resultado final dos confrontos. No jogo de ontem (03/05/2011) o Barcelona com 64% de posse de bola e 85% de acerto nos inacreditáveis 1372 passes, marcou a diferença contra o seu adversário que tem 36% da posse da bola e 69% de acerto dos seus 639 passes. E com o detalhe de que a equipe do Real que precisava da vitória, no mínimo, por dois gols de diferença no Camp Nou para jogar a final da Liga dos Campeões. Como definiu André Rocha, foi a vitória de um estilo de jogo.

Por Eliéser Ribeiro