quinta-feira, 24 de março de 2011

Último capítulo da novela FICHA LIMPA

Por Eliéser Ribeiro

Ontem (23/03) deve ter acontecido o último capítulo da novela chamada FICHA LIMPA. Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Lei da Ficha Limpa não deveria ter sido aplicada às eleições do ano passado. A norma, que barra a candidatura de políticos condenados por decisões de colegiados, entrou em vigor em junho de 2010, portanto, não obedeceu a regra de que uma lei eleitoral tem que entrar em vigor pelo menos um ano antes de ser sancionada.

A decisão foi revisitada porque um ministro estava licenciado no ano passado, quando a lei foi analisada durante a eleição e deram dois empates de 5 a 5. Mas agora o STF está completo com os seus 11 ministros viabilizando o desempate.

O grande debate que se avoluma no Supremo, não é se é contra ou a favor da FICHA LIMPA, mas é muito mais profundo do que isso, sendo: se o que vale é o direito, ou a justiça. Pois se a lei valer para a eleição de 2010, ela ferirá o princípio da anterioridade que de acordo com o relator do processo Gilmar Mendes “é um princípio ético-jurídico fundamental: não mudar as regras do jogo com efeito retroativo”. Contudo, se a lei valer para a eleição de 2010 ela procura moralizar minimamente uma arena outrora marcada pela corrupção e pela injustiça.

A lei é uma funcionária da moral e da justiça, e se caso estiver contrária a uma delas precisa ser revista. O que é o princípio da anterioridade frente aos casos de corrupção e improbidade administrativa cometidos pelos candidatos ficha suja? Afirma Eduardo Juan Couture que o dever de um legislador “é lutar pelo Direito, mas se um dia encontrares o Direito em conflito com a Justiça, luta pela Justiça”.

No caso do julgamento da constitucionalidade da FICHA LIMA venceu o conservadorismo e a lei e perderam a moralidade e a justiça. O último capítulo não teve final feliz para toda a população brasileira. Minha esperança se adia mais uma vez, em que candidatos condenados em 3 instâncias não possam disputar nenhuma vaga pública em minha nação.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Complexo do Éden



por Elieser Ribeiro

Outro dia numa interrogação existencial eu lancei o seguinte tweet na tuitosfera: De vez em quando me dá uma saudade inexplicável de não sei o que. Alguém entende? Obtive duas boas respostas. A primeira foi da minha amiga @elismere que disse: é saudade do Eterno, daquilo que foi perdido no Éden… Um dia virá a plenitude, um dia! A segunda resposta veio de um versículo enviado pela querida @liiniz: “pois não temos aqui nenhuma cidade permanente, mas buscamos a que há de vir” Hebreus 13:14

Duas semanas depois retuitei uma citação do grande PEQUENO PRÍNCIPE de Antoine de Saint-Exupéry que dizia: Nunca estamos contentes onde estamos. E o nobre @milhoranza disse que isso é resultado do tal Complexo de Éden.

É interessante notarmos que às vezes nos sentimos sozinhos mesmo tendo um monte de pessoas em volta. Ou então conseguimos realizar nossos maiores sonhos materiais como carreira e bens e ainda continua um vazio enorme dentro de nós. Alguns de nós procuramos toda a vida alguém que nos complete, preencha e nos mantenha longe desse sentimento de falta.

Na verdade nossa vida foi criada para viver com Deus. O ser humano foi planejado para viver em harmonia com o seu criador e nessa relação ele encontraria sua completude. Deus colocou o homem no jardim do Éden para o cultivar e o guardar (Gênesis.2:15). No entanto, por causa do pecado o Senhor o expulsou do jardim para replantá-lo (Gênesis.3:23 e 24).

Desde então, até que cheguemos aos céus, o sentimento de falta ou inconformidade com a situação vai fazer parte da nossa jornada, até mesmo para aquelas pessoas que acreditam terem tudo (por exemplo, gente muito famosa). A bíblia jovem em um de seus estudos diz que de tempos em tempos, nós lutaremos com sentimentos de solidão. Contudo, quando o sentimento de incompletude aparecer, lembre-se que o seu coração está desejando o céu e estar perto do PAI.

Anime-se, pois a nossa pátria está nos céus, onde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará a nossa limitação, para sermos como Ele, segundo o seu eficaz poder de até sujeitar a si todas as coisas. (Filipenses 3:20).

terça-feira, 22 de março de 2011

Graça comum

De vez observo a graça comum.
Como se mostra bela, em meio ao pecado.
Os ímpios externam lampejos de Deus sem o saber.
E Deus se manifesta, apenas por seu querer.
De vez observo a graça redentora.
Como se mostra bela em meio ao pecado.
Os ímpios se convertem sem ao menos saber.
E esta Graça então não é mais comum, agora sim, é Especial.
É Deus que se manifesta, apenas por seu querer.

A graça comum se mostra na arte, na vida, e num mundo que ainda se mostra belo.
Ainda...ainda.

Pelo meu nobre amigo Bruno Barroso

segunda-feira, 21 de março de 2011

Breve biografia de C.S. Lewis

Esse é 100 post do meu blog e gostaria de prestar uma homenagem ao meu autor favorito, para que conheçam, busquem estudá-lo e aprendam os seus ensinamentos a cerca do cristianismo: C.S Lewis

“O cristianismo, se é falso, não tem nenhuma importância, e, se é verdade, tem infinita importância. O que ele não pode ser é de moderada importância” – C.S. Lewis.

“Ele era um homem pesado que parecia ter 40 anos, com um rosto carnudo e oval e compleição sadia. Seu cabelo preto já tinha deixado a testa, o que o tornava especialmente imponente. Eu nada sabia sobre ele, exceto que era o professor de Inglês da faculdade. Eu não sabia que ele tinha publicado algum livro assinando seu próprio nome (quase ninguém o fazia). Mesmo depois de eu ter sido aluno dele por três anos, nunca passou pela minha cabeça que ele poderia ser o autor cujos livros vendiam em média dois milhões de exemplares por ano. Uma vez que ele nunca falou de religião enquanto eu era seu aluno, ou até que ficássemos amigos, 15 anos depois, parecia impossível que ele fosse o meio pelo qual muitos chegariam à fé cristã”. Mesmo para seu melhor biógrafo e amigo de longa data, George Sayer, Clive Staples Lewis era uma surpresa e um mistério.

Como J.R.R. Tolkien aconselhou Sayer: “Você nunca chegará ao fundo dele”. Mas compreender ou até mesmo concordar com Lewis nunca foram pré-requisitos para gostar dele ou admirá-lo.

Seus livros continuam vendendo extremamente bem (a série As crônicas de Nárnia, por exemplo, está entre os 200 títulos mais vendidos da Amazon.com) e muitos leitores o consideraram o escritor mais influente em suas vidas. Um feito e tanto para um homem que por muito tempo desacreditou “a mitologia cristã” e considerava Deus “meu inimigo”.

Lewis nasceu em Belfast, na Irlanda, em uma família protestante que gostava de ler. “Havia livros no escritório, livros na sala de jantar, livros na chapeleira, livros na grande estante no alto da escada, livros no quarto, livros empilhados até a altura do meu ombro no reservatório de água no sótão, livros de todos os tipos”, Lewis lembrava, e tinha acesso a todos eles. Em dias chuvosos – e havia muitos no norte da Irlanda – ele tirava muitos volumes das prateleiras e entrava em mundos criados por autores como Conan Doyle, E. Nesbit, Mark Twain e Henry Wadsworth Longfellow.

Depois que seu único irmão, Warren, foi mandando para um colégio interno na Inglaterra em 1905, Jack, nome adotado por ele mesmo aos 3 anos, tornou-se um recluso. Ele passava mais tempo com os livros e um mundo imaginário de “animais vestidos” e “cavaleiros de armadura”.

A morte de sua mãe, de câncer, em 1908, tornou-o ainda mais introvertido. A morte da Sra. Lewis veio apenas três meses antes do décimo aniversário de Jack, e este jovem estava muito abatido pela perda de sua mãe. Além disso, seu pai nunca se recuperou totalmente da morte dela, e os meninos sentiram-se cada vez mais afastados dele; a vida em casa nunca mais foi agradável e satisfatória.

A morte da mãe convenceu o jovem Jack de que o Deus que ele encontrava na Bíblia que sua mãe lhe dera não respondia sempre às orações. Esta dúvida inicial, somada a um regime espiritual excessivamente severo e a influência de uma governanta do colégio interno moderadamente ocultista alguns anos depois fizeram Lewis rejeitar o cristianismo e tornar-se ateu declarado.

Lewis entrou em Oxford em 1917, como aluno e, na verdade, nunca saiu. “O lugar ultrapassou meus sonhos mais incríveis”, ele escreveu a seu pai depois de passar seu primeiro dia lá. “Eu nunca vi nada tão lindo”. Apesar de uma interrupção para lutar na Primeira Guerra Mundial (na qual foi ferido pela explosão de uma granada), ele sempre manteve seu lar e amigos em Oxford. Sua ligação com o lugar era tão forte, que quando ele ensinou em Cambridge, de 1955 a 1963, ele voltava à Oxford nos fins de semana para que pudesse estar perto de lugares e amigos que ele amava.

Em 1919, Lewis publicou seu primeiro livro, uma série de versos líricos sob o pseudônimo de Clive Hamilton. Em 1924, tornou-se instrutor de filosofia na University College, e no ano seguinte foi eleito membro do Magdalen College, onde ele era instrutor de Língua Inglesa e Literatura. Seu segundo volume de poesia, Dymer, também foi publicado sob um pseudônimo.

Conforme Lewis continuou a ler, passou a apreciar de modo especial o autor cristão George MacDonald. Um volume de Phantastes desafiou poderosamente seu ateísmo. “O que ele fez de verdade comigo, escreveu Lewis, foi converter, mesmo batizar… minha imaginação.” Os livros de G.K. Chesterton trabalharam da mesma forma, especialmente The Everlasting Man [O homem eterno], que levantou sérias questões sobre o materialismo do jovem intelectual.

“Um jovem que deseja permanecer um ateu assumido não pode ser muito cuidadoso com sua leitura”, Lewis escreveu mais tarde em sua autobiografia Surpreendido pela alegria. “Deus é, se posso dizer assim, incompreensível”.

Enquanto MacDonald e Chesterton estavam mexendo com os pensamentos de Lewis, seu amigo íntimo, Owen Barfield, atacava a lógica do ateísmo de Lewis. Barfield tinha se convertido do ateísmo para o teísmo, e então, finalmente, ao cristianismo, e ele freqüentemente atormentava Lewis sobre o seu materialismo. O mesmo fazia Nevil Coghill, um brilhante colega estudante e amigo de longa data, que, para a surpresa de Lewis, era “um cristão e um supernaturalista radical”.

Logo depois de entrar para a Faculdade de Inglês em Magdalen College, em Oxford, Lewis conheceu mais dois cristãos, Hugo Dyson e J.R.R. Tolkien. Estes homens tornaram-se amigos íntimos dele. Ele admirava sua lógica e o fato de que eram brilhantes. Logo Lewis percebeu que a maioria dos seus amigos, assim como seus autores favoritos – MacDonald, Chesterton, Johnson, Spenser e Milton – criam neste cristianismo.

Em 1929 estas estradas se encontraram e Lewis se rendeu, admitindo: “Deus era Deus. Ajoelhei e orei”. Em dois anos, o relutante convertido também passou do teísmo para o cristianismo e entrou para a Igreja Anglicana da Inglaterra.

Quase imediatamente, Lewis tomou uma nova direção, mais notadamente em sua escrita. Os esforços anteriores para ser um poeta foram deixados de lado. O novo cristão devotou seu talento a escrever prosa, que refletia sua fé recém-encontrada. Depois de dois anos de sua conversão, Lewis publicou O regresso do peregrino (1933). Este pequeno volume abriu uma torrente de 30 anos de livros sobre a defesa da fé cristã e discipulado que se tornaram a ocupação de toda sua vida.

Nem todos aprovavam seu novo interesse em apologética. Lewis recebia críticas dos membros do seu círculo mais íntimo de amigos, os Inklings (o apelido do grupo de intelectuais e escritores que se encontravam regularmente para trocar idéias). Mesmo amigos mais íntimos cristãos como Tolkien e Owen Barfield desaprovavam abertamente a fala e a escrita evangelísticas de Lewis.

De fato, os livros “cristãos” de Lewis causavam tanta desaprovação que mais de uma vez ele perdeu a nomeação para professor em Oxford, com as honras indo para homens com menores reputações. Foi no Magdalene College, na Universidade de Cambridge, que Lewis foi finalmente honrado com uma cadeira em 1955.

Os 25 livros cristãos de Lewis venderam milhões de exemplares, incluindo: Cartas de um diabo ao seu aprendiz (1942), Cristianismo puro e simples (1952), As crônicas de Nárnia (1950-56), O grande abismo (1946) e A abolição do homem (1943) – obras que a Encyclopedia Britannica incluiu em sua coleção de Grandes Livros do Mundo.

Embora seus livros tenham lhe dado fama mundial, Lewis era em primeiro lugar um estudioso. Ele continuou a escrever história e crítica literária, tais como The Allegory of Love [A alegoria do amor] (1936), considerado um clássico em sua área, e English Literature in the Sixteenth Century [Literatura inglesa no século 16] (1954).

Apesar de seus muitos feitos intelectuais, ele se recusou a ser arrogante: “A vida intelectual não é a única estrada para Deus, nem a mais segura, mas sabemos que é uma estrada, e pode ser a que foi apontada para nós. É claro, assim será enquanto mantivermos o impulso puro e desinteressado”.

Lewis teve pelo menos um choque de discordância em sua estrada intelectual: um debate em 1948 com a filósofa britânica Elizabeth Anscombe. Anscombe leu um trabalho diante do Oxford Socratic Club (um fórum que Lewis dirigiu por muitos anos) no qual ela atacou a recente publicação de Lewis, Milagres, e todo seu argumento contra o naturalismo. Ela venceu naquele dia, e relatos dizem que ele ficou “profundamente perturbado” e “muito triste”. Ele nunca mais escreveu sobre apologética pura, embora continuasse a comunicar sua fé através da ficção e de outras formas literárias.

Os livros não eram o único meio de compartilhar sua mensagem. Em 1941, o diretor de transmissão religiosa da BBC (que encontrava conforto pessoal através da leitura de O problema do sofrimento) perguntou se Lewis estaria interessado em falar no rádio. Embora o escritor odiasse rádio, ele reconheceu a oportunidade de alcançar uma audiência maior. O resultado foram sete grupos de conversas, transmitidos entre 1941 e 1944, com títulos como Right and Wrong: A Clue to the Meaning of the Universe [Certo e errado: uma idéia do significado do universo] e What Christians Believe [No que acreditam os cristãos].

As transmissões semanais eram muito populares – justamente o que os britânicos precisavam, pois andavam desencorajados e cansados da tristeza da Segunda Guerra Mundial. Sayer conta: “Eu me lembro de estar num bar cheio de soldados em uma noite de quarta-feira. Às 7h45, o barman ligou o rádio no programa de Lewis. ‘Ouçam este sujeito’, ele gritou, ‘vale realmente a pena ouvi-lo’. E os soldados ouviram com atenção por 15 minutos”.

Além da fama crescente de Lewis como palestrante e um defensor da fé, as conversas na BBC produziram, pelo menos, dois grandes resultados. Um foi o livro Cristianismo puro e simples (1952), uma coleção destes programas, que hoje em dia é a segunda obra mais vendida de Lewis. O outro foi um dilúvio de correspondências, incluindo muitas cartas de pessoas que buscam algo no mundo espiritual para quem ele desejava dar uma resposta pessoal e detalhada. O grande volume de cartas levou-o a buscar a ajuda de seu irmão Warren como secretário, mas não lhe impediu de criar respostas que mostravam a mesma clareza de pensamento e graça literária encontrada em toda a sua obra.

Uma correspondente em particular teve um papel importante na vida de Lewis. Em 1950, ele recebeu uma carta de Joy Davidman Gresham, uma nova-iorquina que se tornou cristã lendo O grande abismo e Cartas de um diabo a seu aprendiz. Lewis ficou impressionado com sua escrita e com a mente por trás de tudo e uma correspondência alegre e intensa se seguiu.

Dois anos depois, Joy atravessou o Atlântico para visitar seu mentor espiritual na Inglaterra. Logo depois, seu marido alcoólatra a abandonou para viver com outra mulher e ela se mudou para Londres com seus dois filhos adolescentes, David e Douglas. Joy aos poucos entrou em problemas financeiros. Lewis a ajudou, assumindo as despesas do colégio interno dos meninos e pagando o aluguel de uma casa não muito longe da sua. Entre os dois cresceu uma profunda amizade, para o desgosto de muitos dos amigos de Lewis. Joy tinha muitos pontos contra ela: era americana, de descendência judia, ex-comunista, 16 anos mais jovem que Lewis, divorciada e com personalidade forte. Entretanto, ela estimulava a escrita de Lewis, e ele gostava de sua companhia.

Ainda assim, não foi o amor, em primeiro lugar, que os motivou a se casarem em 1956. Joy não conseguiu renovar seu visto para viver na Inglaterra; sua única chance de ficar no país, então, era casar-se com um inglês. Lewis, gentilmente, ofereceu seus préstimos.

Poucos meses depois da cerimônia de casamento civil, algo aconteceu para levantar as emoções de Lewis. Depois de uma queda grave em sua casa, Joy foi diagnosticada com câncer nos ossos. “Desde que ela foi atingida por esta notícia, eu a tenho amado mais”, Lewis escreveu a um amigo. Os dois se casaram numa cerimônia religiosa, com Joy de cama, e ela se mudou para a casa de Lewis, aparentemente para aguardar sua morte.

No que pareceu um milagre, sua condição melhorou e ela e Lewis viveram três anos felizes juntos. Como ele escreveu para um amigo logo depois do seu casamento: “é engraçado ter aos 59 anos o tipo de felicidade que a maioria dos homens tem aos 20… ‘Mas você guardou até agora o melhor vinho’”. Uma escritora por seus próprios méritos, sua influência sobre o que Jack considerou seu melhor livro, Till We Have Faces [Até que tenhamos rostos] (1956), foi tão profunda que ele contou a um amigo próximo que ela foi, na verdade, sua co-autora.

A morte de Joy, em 1960, assim como a de sua mãe, foi para Lewis um duro golpe. O melhor modo que ele conhecia para lutar contra seus sentimentos de luto, raiva e dúvida era escrever um livro. A anatomia de uma dor apareceu em 1961, e veio ao público sob um pseudônimo, porque era algo tão íntimo e pessoal que Lewis não suportaria publicá-lo com seu próprio nome. Poucos exemplares foram vendidos até que ele foi relançado com o nome verdadeiro do autor, após a sua morte.

No verão e outono de 1963, a saúde de Lewis se deteriorou. Ele morreu enquanto dormia, no dia 22 de novembro: no mesmo dia em que John F. Kennedy foi assassinado. Talvez por causa do choque mundial pela morte do presidente, Lewis quase não foi mencionado nos jornais, e seu funeral teve a participação de sua família e de seus amigos íntimos, incluindo os Inklings.

Lewis pode ter sido enterrado sem alarde, mas seu impacto nos corações e vidas nunca parou de crescer. Nas palavras do líder cristão e escritor John Stott: “Ele era centrado em Cristo, um cristão de tendência da grande tradição, cuja estatura, uma geração após sua morte, parece maior do que qualquer um jamais pensou enquanto ele ainda estava vivo, e cujos escritos cristãos são agora vistos como tendo status de clássicos… Eu duvido que alguém tenha conseguido compreendê-lo completamente”.

Ted Olsen é diretor de notícias e diretor de redação de conteúdo online do grupo Christianity Today International.

Retirado de http://solomon1.com/o-cristianismo-se-e-falso/

sexta-feira, 18 de março de 2011

Coisas que perdemos pelo caminho


Essa madrugada depois de perder o sono eu assisti um filme muito significativo:
AS COISAS QUE PERDEMOS PELO CAMINHO.

Concomitante ao filme estou lendo também o livro de CS Lewis, O PROBLEMA DO SOFRIMENTO. Meus alunos de EBD não me aguentam mais me ouvir falar desse cara!!!rsrs.

No filme, a protagonista Audrey Burke (Halle Berry) está em choque com a notícia que acaba de receber: Brian (David Duchovny), seu marido, foi morto em um ato de violência o qual ele não tinha qualquer ligação. Audrey agora sente-se perdida e, por impulso, recorre a Jerry Sunborne (Benicio Del Toro), um amigo de infância do marido que é também viciado em drogas. Desesperada para preencher o vazio em sua vida que existe desde a morte de Brian, Audrey convida Jerry para morar no quarto anexo à garagem da família. Jerry atualmente está lutando para evitar as drogas e vê nesta oportunidade a chance de se recuperar de vez, já que passa a agir como se fosse o substituo de Brian na vida de Audrey e seus filhos.

De acordo com o site Omelete a diretora do filme: a cineasta dinamarquesa Susanne Bier já era conhecida pelas tristes histórias de morte e luto tratadas sem meios termos, notadamente nos pesados dramas lançados no Brasil Corações livres (2002), Brothers (2004) e Depois do Casamento (2006). Em seu primeiro longa-metragem hollywoodiano, Bier reproduz uma preocupação que ela herdou do Dogma 95 dinamarquês: não tem medo de abraçar uma estética ao mesmo tempo em que tenta evitar as armadilhas dessa estética.

Coisas que Perdemos pelo Caminho é, em síntese, um grande esforço de fazer melodrama que não tenha cara de melodrama (o que, em termos hollywoodianos, é sinônimo de telefilme descartável). Susanne Bier conserva seus traços de estilo mais marcantes - câmera na mão, hiperclose nos olhos de seus protagonistas, planos-detalhes à procura de flagras do banal - ao mesmo tempo em que instrui seus colaboradores a evitar exageros.

A grande lição do filme é mostrar como as perdas nas nossas vidas podem ser duras, e chocantes, mas também mostra que a vida segue e que devemos aceitar o que é bom.


De certo modo, o livro O problema do sofrimento trata de questões semelhantes ao filme, como angústia, mortes e grandes perdas. No livro de Lewis ele trata a dor e o sofrimento como algo que distingue os seres humanos do restante dos outros seres. Enquanto temos a consciência do sofrimento e sentimos nossas perdas, Deus vai nos aperfeiçoando nas nossas faltas e carências.

Recomendo os dois: tanto o filme, quanto o livro.

terça-feira, 15 de março de 2011

Nem todo político é igual - DIVULGUEM

O deputado federal José Antonio Reguffe (PDT-DF), que foi proporcionalmente o mais bem votado do país com 266.465 votos, com 18,95% dos votos válidos do DF, estreou na Câmara dos Deputados fazendo barulho. De uma tacada só, protocolou vários ofícios na Diretoria-Geral da Casa.


Abriu mão dos salários extras que os parlamentares recebem (14° e 15° salários), reduziu sua verba de gabinete e o número de assessores a que teria direito, de 25 para apenas 9. E tudo em caráter irrevogável, nem se ele quiser poderá voltar atrás. Além disso, reduziu em mais de 80% a cota interna do gabinete, o chamado “cotão”. Dos R$ 23.030 a que teria direito por mês, reduziu para apenas R$ 4.600.


Segundo os ofícios, abriu mão também de toda verba indenizatória, de toda cota de passagens aéreas e do auxílio-moradia, tudo também em caráter irrevogável. Sozinho, vai economizar aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões nos quatro anos de mandato. Se os outros 512 deputados seguissem o seu exemplo, a economia aos cofres públicos seria superior a R$ 1,2 bilhão.


“A tese que defendo e que pratico é a de que um mandato parlamentar pode ser de qualidade custando bem menos para o contribuinte do que custa hoje. Esses gastos excessivos são um desrespeito ao contribuinte. Estou fazendo a minha parte e honrando o compromisso que assumi com meus eleitores”, afirmou Reguffe em discurso no plenário.

Notícia retirada do endereço: http://comunidade.maiscomunidade.com/conteudo/2011-02-05/politica/1848/ESTREIA-COM-EXEMPLO-DE-AUSTERIDADE.pnhtml

Ele escolheu os simples

Jesus escolheu setenta pessoas e os enviou com o exclusivo propósito de anunciar a sua Palavra para as cidades onde Ele haveria de ir. Ou seja, alguns servos fiéis foram anunciar o Caminho, preparar o coração do povo acerca de Cristo, que em breve estaria se dirigindo para aquelas cidades. Era costume de um líder enviar seus empregados antes, para anunciar a sua ida a determinada cidade ou lugar. Jesus como Embaixador do céu, representante do Pai na terra, envia os seus servos como arautos.

Essas pessoas escolhidas eram gente simples, pessoas que acompanhavam Jesus pelo caminho e que não tinham grandes pretensões de ganhos financeiros e nem de posição social. Essa comissão não era composta nem mesmo de nenhum discípulo direto de Jesus (algum dos doze). Não faziam parte dessa comissão escribas, fariseus, levitas e nem sacerdotes. Eram apenas leigos que seguiam a Jesus, por acreditarem nos seus ensinamentos.

Quando eles voltaram de sua missão, estavam sobremodo alegres e disseram terem feito grandes realizações, como expulsar demônios em nome de Jesus e terem autoridade sobre potestades. Mas Jesus os alerta para não se alegrarem com isso, mas se alegrarem pelo nome deles estarem arrolados nos céus (Lucas 10: 17 a 20).

O mais interessante deste evento é que exultou Jesus em Espírito disse ao Pai: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelastes aos pequeninos. Porque assim foi do teu agrado (Lucas 10:21). Jesus ainda se volta para os seus discípulos (os doze) e acrescenta: Bem-aventurados os olhos que vêem as coisas que vós vedes. Pois eu vos afirmo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não o ouviram (Lucas 10:23 e 24).

Minha oração é que o Senhor me dê coração simples para que eu possa ver as suas obras e que as coisas desse mundo não me invadam o coração a ponto de não deixar enxergar o que é mais importante.

Eliéser Ribeiro

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dia nacional do Poeta - pitadas de Drummond

Mãos dadas - Drummond

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.


Graça para Ajudar em Tempo Apropriado - John Piper

Você observou que esta tradução é um pouco diferente de outras? A tradução habitual da última sentença é: “Acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. E, “graça para ajudar em tempo apropriado” é também uma tradução literal e exata. Não existe contradição entre essas duas traduções. Porém, algumas traduções chamam a atenção à nossa necessidade; nesta, literal, ao tempo de Deus.

Acho que precisamos focalizar na graça do tempo de Deus. Quando temos uma necessidade, nos sentimos bastante inquietos a respeito de quando Deus satisfará tal necessidade. Queremos que Ele o faça agora! Não é natural pensarmos que a graça de Deus será mostrada tanto em seu tempo como em sua forma. Mas Hebreus 4.16 lembra-nos a buscarmos a Deus não somente quanto ao tipo de graça de que necessitamos, mas também quanto ao tempo dessa graça.

Isto pode mudar nossa atitude na oração. O tempo de Deus é freqüentemente estranho, e isso não deveria surpreender-nos, visto que, “para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pe 3.8). Deus pode compactar mil anos de impacto em um dia e levar mil anos para fazer a obra de um dia. No primeiro caso, Ele não fica sobrecarregado, e, no segundo, não se mostra apressado. Como disse o apóstolo Pedro: “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada” (2 Pe 3.9).

Portanto, não nos surpreendamos com o fato de que “ajudar em tempo apropriado” seja na perspectiva de Deus algo diferente do que o é na nossa perspectiva, mas a dEle é sempre melhor. É sempre graça para nós. É uma graça que deve sempre receber nossa confiança pelo que ela é e pelo tempo em que nos será dada.

Eu preciso de ajuda. Sempre. Em tudo. Estou simplesmente enganando a mim mesmo, se penso que posso mover-me por alguns centímetros sem a ajuda de Deus. “Pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” (At 17.25). Preciso da ajuda de Deus para o bem de minha fé, a qual é fraca. Preciso dela para estimular o meu zelo e para dar-me poder para evangelizar. Preciso desta ajuda para a adoração autêntica. Preciso dela para ter coragem no viver santo. Preciso da ajuda de Deus para a transformação de meus filhos adolescentes em jovens humildes, respeitáveis e centralizados em Deus. Preciso dela para que eu possa ministrar esperança, gozo e ousadia aos nossos missionários e para receber orientação quanto a planejar o futuro. Preciso da ajuda de Deus para milhares de outras exigências, ênfases e agradáveis possibilidades.

Gosto muito de pensar na soberania de Deus em administrar seu tempo. Por exemplo, Daniel afirmou que o Senhor “muda o tempo e as estações” (Dn 2.21). Isto significa que as épocas de bênçãos modestas ou imensas em nossa vida, nosso lar e nossa igreja estão nas mãos de Deus. Ele geralmente determina o tempo de nossas bênçãos, de modo que a sua sabedoria, e não a nossa, seja ressaltada. Deus está mais interessado na paciência da fé do que em nossa satisfação instantânea. O tempo de Deus pagará os seus dividendos, além do que podemos imaginar. Sempre é “graça para ajudar em tempo apropriado”. O tempo e o conteúdo da bênção são graciosos. A fé descansa nos aspectos e no momento da graça de Deus.

Por isso, este convite de Hebreus 4.16 é muito precioso para mim. Preciso de ajuda, mas, não a mereço. No entanto, Deus provê ajuda, porque seu trono é um trono de graça e ajuda imerecida. Em todas estas necessidades, o Senhor tem “graça para ajudar em tempo apropriado”. Nosso dever consiste em aproximar-nos dEle com ousadia, achar e receber essa ajuda do trono da graça. Temos razão para crer que Ele nos ouvirá e nos ajudará no tempo apropriado.

Portanto, cheguemos confiantemente junto ao trono da graça e recebamos o que Deus tem para nós — uma graça soberanamente designada e controlada quanto ao tempo para o nosso maior bem.

Extraído do livro: Uma Vida Voltada para Deus, de John Piper.
Copyright: © Editora FIEL

Gente Humilde

Vídeo abaixo

Chico Buarque

Composição: Garoto, Chico Buarque e Vinicius de Moraes

Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece
Que acontece de repente
Como um desejo de eu viver
Sem me notar
Igual a tudo
Quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem
Vindo de trem de algum lugar
E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar

São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde Que vontade de chorar