quinta-feira, 28 de abril de 2011

Propagandas que não gosto de ver por aí!

Vivemos tempos de consumismo e individualismo exagerados, onde as pessoas são medidas pelo que tem e pela sua capacidade de compra. Atribuo como uma das causas o crescente e devastador universo da propaganda, que desenvolve valores e cria padrões de desejo. Obviamente, pode indicar outras causas. Nessa direção, estimasse que vemos mais propaganda num ano do que as pessoas de há 50 anos viam em toda a vida. Muitas das trilhas sonoras de nossas vidas são pequenas canções de propagandas televisivas. Quem não se lembra de “pipoca e guaraná” da Antártica?

Esses dias uma propaganda me chamou muito a atenção devido à truculência ao incentivar que as pessoas comprem um carro e sintam-se únicas e exclusivas. Foi a propaganda do veículo Citroën C4 Hatch. O comercial começa com um homem num imenso engarrafamento e ele imagina: se eu fosse o único ser humano na face da terra. Daí o ambiente se transforma e os carros somem e ele passa a desfilar o seu veículo por ruas desertas. Mas ainda lhe falta alguma coisa para realizar o máximo do seu hedonismo: mulheres. Daí ele se imagina o único homem da terra. E de repente as ruas são tomadas por mulheres de todo tipo, loiras, ruivas e morenas.

Não que ter um carro e mulher sejam uma coisa ruim, pelo contrário, mas a forma como as coisas são apresentadas parecem que essas coisas são a finalidade da felicidade e não um meio. Além do mais o incentivo a viver sozinho e isolado é a tônica do comercial.



Vivemos num tempo onde cada vez mais as pessoas se preocupam apenas com os seus interesses e com a satisfação dos seus desejos. A razão das pessoas se ajuntarem não deveria ser apenas atender as suas necessidades individuais, mas satisfazer a um bem maior do que elas mesmas. O sentido da vida não devia ser apenas ajuntar coisas e pessoas, mas marcar positivamente a vida os outros, construir uma história bela e influenciar as pessoas para o bem.

A primeira causa dos relacionamentos entre as pessoas devia ser menos as suas debilidades e necessidades do que um certo instinto de sociabilidade em todos inato; a espécie humana não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas com uma disposição que, mesmo na abundância de todos os bens, a leva a procurar o apoio comum.

O seres humanos são movidos fundamentalmente por uma necessidade social, porque o associar-se com os outros seres humanos é para ele condição essencial de vida. Só em tais uniões e com o concurso dos outros é que o homem pode conseguir todos os meios necessários para satisfazer as suas necessidades e, portanto, conservar e melhorar a si mesmo, conseguindo atingir os fins de sua existência.

Em suma, só na convivência e com a cooperação dos semelhantes os seres humanos podem beneficiar-se das energias, dos conhecimentos, da produção e da experiência dos outros, acumuladas através de gerações, obtendo assim os meios necessários para que possa atingir os fins de sua existência, desenvolvendo todo o seu potencial de aperfeiçoamento, no campo intelectual, moral ou técnico. E esse projeto não é possível apenas acumulando bens, ou colecionando pessoas.

Por Eliéser Ribeiro

segunda-feira, 18 de abril de 2011

EVANGELHO SEGUNDO O TWITER

Assista esse vídeo muito legal apresentando o evangelho segundo o twiter.



Ao final escolha seguí-lo!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Estatuto do Homem

(Ato Institucional Permanente)

A Carlos Heitor Cony

Artigo I


Fica decretado que agora vale a verdade.

agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.


Artigo II


Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.


Artigo III


Fica decretado que, a partir deste instante,

haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.


Artigo IV


Fica decretado que o homem

não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.


Parágrafo único:


O homem, confiará no homem

como um menino confia em outro menino.


Artigo V


Fica decretado que os homens

estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.


Artigo VI


Fica estabelecida, durante dez séculos,

a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.


Artigo VII


Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.


Artigo VIII


Fica decretado que a maior dor

sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.


Artigo IX


Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.


Artigo X


Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
o uso do traje branco.


Artigo XI


Fica decretado, por definição,

que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.


Artigo XII


Decreta-se que nada será obrigado

nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.


Parágrafo único:


Só uma coisa fica proibida:

amar sem amor.


Artigo XIII


Fica decretado que o dinheiro

não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.


Artigo Final.


Fica proibido o uso da palavra liberdade,

a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

Thiago de Mello
Santiago do Chile, abril de 1964

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Deus existe?

Um breve diálogo entre um aluno e seu professor sobre se Deus existe.



Ps. O vídeo é uma propaganda do Ministério da Educação da Macedônia. Eu não compartilho da ideia do ensino religioso nas escolas.