segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mudando o paradigma

Muito me interessa a questão de como nós formamos nossas opiniões e o que motiva nossas atitudes. Uma resposta pertinente é o desenvolvimento dos nossos PARADIGMAS. Paradigmas são padrões psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar na vida. Nossos paradigmas podem ser valiosos e até salvar vidas quando usados adequadamente. Mas podem se tornar perigosos se desenvolvermos paradigmas errados, ou destorcidos da realidade.

É importante lembrarmos que o mundo exterior entra em nossa consciência através dos filtros de nossos paradigmas. Os paradigmas funcionam como filtros para nossa realidade, aquilo que consideramos importante, bonito, atraente é filtrado por nossos paradigmas. E nossos paradigmas nem sempre são corretos. Não vemos o mundo como ele é, mas como nós somos. O mundo parece muito diferente dependendo de nossa perspectiva.

Gostaria de levar vocês a pensar outra coisa agora. Muitos dizem que todos são filhos de Deus, mas isso não é verdade. Permitam-me usar uma analogia de CS Lewis. Existe uma grande diferença entre “gerar” e “criar” algo. Na geração, o que foi gerado é da mesma espécie que o gerador. Mas quando criamos algo, esse algo é de uma espécie diferente.

Desse modo, entendemos que Deus nos criou, portanto somos criaturas dele. E só nos tornamos filhos, ou seja, gerados, quando com o coração cremos e com a boca confessamos que Jesus morreu pelos nossos pecados para nos salvar. E ao sermos gerados nos tornamos assim como Deus. Homens geram outros homens, Deus gera algo semelhante a Ele.

Em sua condição natural, não possui a vida espiritual – um tipo diferente e superior de vida que só Deus é capaz de gerar. Usamos a mesma palavra vida para designar tanto a vida natural, quanto essa vida espiritual da qual eu estou falando. CS Lewis mostra que a vida natural e espiritual é tão importante que ele dá outro nome, respectivamente, “bíos” e “zoé”.

A vida biológica, que vem da natureza e que (como tudo o mais no mundo natural) tende a se corromper e a decair - de modo que só pode se conservar através de contínuos subsídios dados pela natureza na forma de ar, água, alimentos etc. - é “bíos”. A vida espiritual, que é em Deus desde toda a eternidade e que criou o universo natural inteiro, é “zoé”. É certo que “bíos” tem certa semelhança parcial ou simbólica com “zoé”: mas é apenas a semelhança que existe entre uma fotografia e um lugar, ou entre uma estátua e um homem. O homem que tinha “bíos” e passa a ter “zoé” sofre uma mudança tão grande quanto a de uma estátua que deixasse de ser pedra entalhada e se transformasse num homem real. E é exatamente disso que trata o cristianismo. Este mundo é como o ateliê de um grande escultor. Nós somos as estátuas, e corre por aí o boato de que alguns de nós, um dia, ganharão a vida (LEWIS, 2005, pág. 55).

Agora estamos prontos a retornar ao nosso assunto inicial, quando somos gerados novamente, recebemos uma nova vida espiritual e essa nova vida muda completamente os nossos paradigmas, ou como vemos o mundo. Dessa forma, o mundo visto por nós agora passar ser outro, passamos a ter mais compreensão das coisas espirituais e não apenas materiais. Preocupamos-nos mais com as coisas eternas e não efêmeras. Importamos-nos mais em ser, do que ter. Colocamos os nossos tesouros em coisas duradouras e envolvemo-nos menos com coisas banais.

Portanto, aceitar a Jesus Cristo como salvador é mudar o paradigma, é trocar o filtro, é ser gerado de novo, é receber uma nova vida, é passar de “bíos” para “zoé”. É conseguir compreender com plenitude o versículo de II Coríntios 5:17 - "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo."

Por Eliéser Ribeiro

Escrito para o blog cristão Territóri 7: http://territorio7.com.br/blog/

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