domingo, 21 de fevereiro de 2010

Dois golpes na razão


Ao longo do desenvolvimento da filosofia, desde a filosofia antiga (séc. VI a.C), passando pela filosofia medieval (séc.VIII ao séc.XIV d.C), Renascença (séc.XIV ao séc. XVI), Moderna (XVII a meados do séc. XVIII), Iluminista (séc. XIX) e chegando até a filosofia contemporânea uma ideia que persiste é a confiança crescente na razão. O otimismo filosófico com relação a razão chegou ao seu auge no século XIX, quando muitos afirmaram que os seres humanos haviam alcançado a maioridade da racionalidade e que o avanço da razão se desenvolvia plenamente para que o conhecimento completo da realidade e das ações humanas fosse atingido.

Contudo, Marx, no final do séc. XIX, e Freud, no início do séc. XX, colocaram em cheque o otimismo racionalista.

Marx descobriu que temos a ilusão de estarmos pensando e agindo com nossa própria mente e por nossa própria vontade, escolhendo e formando opiniões de maneira racional e livre. No entanto, Marx descobriu uma força invisível que age em nós que é um conjunto de ideias e valores que influenciam nossas escolhas, gostos, estilos de vida e estrutura de pensamento. A essa força que é social, deu-se o nome de ideologia.

Freud, por sua vez, demonstrou que os seres humanos também têm a ilusão de que tudo quanto pensam, fazem, sentem e desejam estaria sob o controle da nossa consciência. No entanto, Freud descobriu que existe outro poder invisível que age sobre nós, sem que a gente o saiba. A esse poder que domina e controla e domina de forma invisível e profundamente nossa vida consciente, ele deu o nome de inconsciente.

Assim, a crença pueril de que a razão nos levaria sempre além e ajudaria a resolver todos os nossos problemas é desfeita pela identificação de outras forças que atuam em nós sem que a gente o saiba ou possa controlá-las.

Por Eliéser Ribeiro

7 comentários:

  1. Que legal. Gostei das definições e desfechos!

    :)

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  2. Muito bem explicado fessor, acho que agora entendi, espero que se isso cair na prova, eu saiba resolver.

    *)*

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  3. Uai, Thaís.

    Agora eu comecei a ficar preocupado.
    Ou eu não estou explicando bem na aula, ou vc não está prestando atenção na hora da aula, ou eu escrevo melhor do que falo...rsrs

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  4. Penso que essa força inconsciente de freud apesar de agir sem nossa percepção se limita ao nosso jeito de ser e nossos interesses, pois ele nao controlaria de forma a nos induzir a fazer algo contra nossa vontade.Por tanto nao sou plenamente a favor do inconsciente agir sem nossa concepçao.

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  5. Olá, Victor.

    Obrigado pelo comentário.
    De certa forma, concordo com vc.

    O inconsciente não pode induzir plenamente nossas ações e atitudes, mas acredito que em alguma medida ele influencia nossos pensamentos e por sua vez algumas ações.

    Grande abraço

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  6. Assim fessor, eu me dou mto bem com a leitura, parece q me chama mais atenção.
    Vc explica mto bem a matéria, mas axo q depois q a apostila chegar vai ser bem melhor, não vamos nos preocupar tanto em anotar, e nos concentrar mais na explicação.

    Abração

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  7. Vc bem sabe que verdadeiramente penso que entender o inconsciente é a chave para muitas respostas. Gosto do Freud tanto quanto vc do Marx.
    Interessante...quando nós pensamos que tudo é raso, então vem a ideologia e o inconsciente e mostram que o buraco tá um pouco mais abaixo...ou seria um pouco mais além?
    Roberta F.

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