Ao ingressar nessa pequena embarcação, além dos meus companheiros trago comigo todas as minhas desventuras e o peso da sociedade que me enrijece o tronco. Sou um homem que tenho muito dinheiro e tudo o que ele pode comprar eu tenho. Posso comprar inclusive o respeito e a admiração das pessoas. Sou daqueles que não se contenta com respostas prontas, aprofundo em questões que muitos sábios não conseguem responder. Além disso, me aplico diligentemente ao trabalho e na intervenção da natureza pelas minhas mãos, por acreditar que dessa forma dou mais significado a minha vida.
Diferentemente dos meus semelhantes, posso me considerar um indivíduo, porque minhas posições sociais e aplicações me condicionam a isso. Sou uma colcha de retalhos, formado por pedaços e tiras, dos tempos e dos valores, e tenho esses pedaços suturados pela fibra humana das minhas relações com as pessoas.
Acredito que a história da humanidade é como um livro lido várias vezes, as coisas vão e vem e se repetem com o tempo. Apenas as disposições do coração do leitor sofrem alguma alteração. Mas geração vai e geração vem, levanta-se o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar, onde nasce de novo. O vento vai para o sul e faz o seu giro para o norte; volve-se, e revolve-se, na sua carreira, e retorna aos seus destinos. Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr.
Todos nos cansamos com nossas atividades de tal maneira que ninguém as pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem se enchem os ouvidos de ouvir. Sempre ansiamos pelas novidades, e queremos sempre saber os fatos das revistas da próxima semana. Entramos sistematicamente em nossas caixas de email esperando uma nova notícia, um novo sinal de vida, uma nova alegria.
E isso não é novo, a invenção de Gutenberg não ganhou notoriedade em vão. O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós. Já não há lembrança das coisas que precederam; e das coisas posteriores também não haverá memória entre os que hão de vir depois delas.
porém, aquele que teme ao Senhor, "raramente essa pessoa fica pensando na brevidade de sua vida, porque Deus o mantém ocupado com a alegria do coração." Ec. 5:20
ResponderExcluirÓtimo texto, como sempre... já sabe que sou sua fã... sei que você faz o melhor!
poxa, lili! muito legal! muito legal mesmo! bem que você podia estar em beagá pra gente conversar mais (ou começar a conversarsobre isso). beijo grande!
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