

Nada que possamos ter ou fazer traz consigo a garantia da felicidade. Ela não está necessariamente incluída nas coisas, mas em como nos relacionamos com elas. Nem naquilo que fazemos, mas em como nos sentimos com o que fazemos. Buscamos um caminho para a felicidade, ou a felicidade é o caminho?
A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
Música do Titãs
Compreender que a nossa vida não está passando inutilmente não é uma tarefa fácil. Mas, diriam os gregos antigos: ''As coisas belas, são difíceis''. Pois tornar-nos pessoas espiritualmente belas exige que possamos superar a nós mesmos. Afinal, não é apenas nesses momentos de autossuperação que conhecemos as nossas reais potências, por nos surpreendemos com nós mesmos? Como fazer então, que a busca para a felicidade, se transforme da felicidade que acompanha todas as nossas buscas? Para ser feliz é preciso conhecer a si mesmo? E a dizer ''sim'' à vida, a cada dia, mesmo que isso exija dizer ''não'' a muitas coisas? Será que a fome que pensamos ter é a nossa verdadeira fome? E que os nossos desejos são realmente nossos? Tudo o que nos dá prazer é realmente bom para nós e para aqueles que amamos? Qual é a nossa verdadeira fome? E, então, você tem fome de quê?
Sérgio Augusto Sardi, professor na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS.