terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Os diversos sentidos de EDUCAÇÃO

No começo do século XIX, o governo do estado de Virgínia, nos Estados Unidos, sugeriu a diversas tribos de índios que enviassem alguns de seus jovens para estudar nas escolas dos brancos. Em sua carta-resposta, os chefes indígenas recusaram delicadamente a proposta. Eis algumas das razões alegadas por eles:

Nós estamos convencidos de que os senhores desejam o nosso bem e agradecemos de todo coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes de ver as coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação é diferente da nossa. (...)

Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência, Mas quando eles voltaram para nós eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo ou construir uma cabana, e falavam muito mal a nossa língua. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.

Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão concordamos que os nobres senhores de Virgínia nos enviem alguns de seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles homens.

(Citado em: BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo, Brasiliense, 1984. P. 8-9 apud OLIVEIRA, P.S. Introdução à Sociologia. São Paulo: Editora Ática, 2004)

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