domingo, 7 de março de 2010

Astronauta

Conta-se a história de três amigos. Que desde pequeno cresceram juntos no mesmo bairro freqüentaram a mesma escola e participaram das mesmas brincadeiras. O primeiro se chamava João, como era um cara descolado e tinha toda a moral com a galera, passou a ser chamado pelo apelido de “John” por ser mais despojado e combinar mais com seu estilo. O segundo se chamava Alexandre, diferentemente de John, não era tão legal e atraente como o amigo; e gostaria de ser chamado de “Alex”, mas não colou. E o terceiro se chamava Samuel, que por ser sempre atencioso e sensível a todo mundo, foi chamado carinhosamente de “Samuca”.

Os três garotos cresceram e entraram na adolescência, vivendo todos os desafios e as virtudes da idade. Novos amigos, novos valores, novos conceitos e experiências para além da barra da saia da mãe. Os três se tornaram filhos do seu tempo, respiravam os ares de sua época, dançavam conforme a música. E a música que tocava tinha uma harmonia bem humana. Quase todas as filosofias desse tempo foram elaboradas para convencer-lhes de que o bem do homem encontrava-se nesta terra.

Até que chegou a juventude, aumentaram as responsabilidades e os significados da vida se tornaram mais intensos.

E John, por sua vez sempre atraente e agradável, conquistava todos a sua volta. E era a descrição perfeita da ideia de que a vida era agora, e que devia curtir ao máximo o que essa vida poderia dar, pois só teria essa oportunidade. Então buscava ganhar o máximo de dinheiro possível, conquistar todas as mulheres disponíveis e juntar todos os amigos em sua volta. No entanto, nunca tinha paz, queria sempre mais e quando se encontrava sozinho, sentia angustia profunda.
Samuca por ter a alma bonita e dar sempre importância a sentimentos eternos obtinha o respeito e admiração de muitos. No final da adolescência, tinha tido uma experiência com o Eterno, tinha percebido que existia um desejo dentro do seu coração, que nada nesse mundo poderia satisfazer. Assim, ele percebeu que não tinha sido feito para esse mundo e que todas as alegrias e satisfações de seu tempo eram apenas eco e sombra das alegrias futuras.

Alexandre, por sua indiferença e dureza, tinha apenas a simpatia de seus nobres amigos que lhe entendiam e não o deixavam sozinho. Ele ficava sempre divido entre a personalidade imediatista de John e o caráter constante de Samuca. Talvez fosse o mais infeliz, pois, como John, tinha toda a sua esperança nessa vida, mas sabia também que não poderia ser saciado plenamente aqui. Samuca havia lhe apresentado outro mundo, mas com o tempo parou de pensar no eterno, se tornando o mais incompetente neste mundo.

A grande diferente entre os três é que apenas Samuca havia compreendido o verdadeiro significado da vida, apenas ele tinha conseguido perceber que sua vida no presente, era a anti-sala da Eternidade. Assim, ele vivia como se a gravidade, os problemas e as satisfações desse mundo não o pudessem segurar. Ele compreendeu o que essa canção abaixo diz e podia se considerar como um astronauta.


Os meus pés estão no chão
E a cabeça nas alturas
Nos meus tímpanos ainda soa Tua voz
Inesquecível como o verbo
Que não dá pra se apagar
Foi escrito aqui por dentro pra se eternizar
E não vai sair, e nem acabar
E a gravidade disso aqui não vai me segurar

Os meus pés estão no chão
E a cabeça lá no espaço
Sou satélite na órbita do Teu amor
E eu me sinto um astronauta flutuando na galáxia
Giro no Teu universo eu vivo acima do céu
E não vou sair, e nem me acabar
E a gravidade disso aqui não vai me segurar

Não importa se meus pés...
Se a cabeça é nas alturas
Não importa se o meu chão
Se eu vivo acima

Os meus pés estão na Terra
E a cabeça lá nas nuvens
No deserto o Teu cuidado paira sobre mim
Mesmo sem um telescópio, a capturar a tua luz
Despejá-la nos meus olhos
Plantá-la dentro de mim
E não vai sair, e nem acabar
E a gravidade disso aqui não vai me segurar

3 comentários:

  1. Emanuel Reis Liparizi8 de março de 2010 às 09:33

    Marreco, gostei muito de ler a postagem a cima e de escutar mais uma do Resgate. Esse final de semana eu fiquei no Youtube vendo um monte deles, Água Viva, Infinitamente Mais, O Nome da Paz, Daniel e outras. E quando cheguei no serviço, vendo meus e-mails, vi esse link para o seu blog, que me fez refletir muito. Cara, é impressionante como apesar de todo o meu potencial para racionalizar as coisas, osquestrar planos e tentar atingir objetivos propostos pelos mesmos, no meio disso tudo, quando as águas pareciam estar sobre controle e tudo correndo bem, o mar se agita e Deus me diz que não me nos deu nenhum taleto para julgarmos com usurpação ser melhor que ninhguém, assim como Jesus não o fez, antes se esvaziou dos privilégios da glória se tornando carne, opróbio e pecado por nós, sendo cuspido e escarnecido, hora nenhuma disse "Eu sou o todo poderoso, vocês não podem fazer isso comigo". Deus nos deu talentos, dons, ministérios, para servirmos sempre, como Jesus fez durante toda sua trajetória, serviu doentes, serviu as mulheres, aos discípulos, aos reis, nunca teve nada, até o lugar para nascer teve que ser emprestado. O dia que entendermos que nossa vida aqui é uma caminhada, uma passagem, onde o modelo a ser seguido é o do Mestre Jesus, aí a gente vai conseguir ser um astronauta e a gravidade disso aqui não nos vai segurar mesmo, nós chegaremos em lugares muito além que a nossa mente limitada pode alcançar.
    Deus te abençõe, grande abraço...

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  2. Grande amigo Emanuel...

    Que alegria receber sua visita por aqui.
    Velho precisamos tocar as novas do resgate juntos.

    As novas músicas são fantásticas. Não sei se ainda conhece, sei que precisa conhecer.

    Saudades de vc, quando vier a Manhuaçu avise.


    Grande abraço

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  3. Quanto ao seu comentário sobre Jesus: temos que viver a vida buscando isso.

    Não somos daqui!!! Mas precisamos viver transformando isso daqui.

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